quarta-feira, 30 de julho de 2014

te vejo a toda hora







olhei pela sacada e te vi
andei pela estrada e passei tão perto - de ti
mas não quiseste me cumprimentar
andei ao sul, no sol, na sombra
em cada tropeço a via tão colada - em mim
te vejo marginalizada

assim, te vejo toda hora
mas nunca sei, de fato, qual é a hora

te ver a todo tempo é crueldade
te vendo toda hora
não há nem como sentir saudade

ah, infelizes aqueles que fizeram tua amizade
e tu, tão atraente
sensualiza qualquer idade.

maldosa!
desvairada!
te insulto como um alento
te desafio a todo momento

quando quiseres me conhecer
ligue-me, pois ficarei preparado
tomarei a última dose
despedirei-me dos amigos
fumarei o último cigarro

é que ninguém costuma ter sorte
quando vai lidar contigo,
morte.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

guerra em 6 versos

amor
olha que horror
nosso romance virou uma guerra
e ainda perguntas porque me queixo
é que eu sou aliado
e você é do eixo

quarta-feira, 9 de julho de 2014

libertiné

deixa pra depois o arder
em subsolo macabro
o acúmulo desse prazer
que por eu humano ser
não consigo me defender

e não há poesia mais bela
do que a cama quando se esfarela

azar
se no subsolo eu queimar
imoralité
indecência
promiscuité
concupiscência

e não há oração mais louvada
do que a que é feita pela coitada

azar
pensando bem
quem quiser brincar
põe o dedo aqui
que já vai fechar 
o abaixaqui

ave maria, 
rezai por nós despudores